Greve: aulas foram suspensas na maior escola de Antonio Martins; alunos voltaram para suas casas |
Numa
tomada de decisão inédita, os professores concursados de Antonio Martins entraram
em greve nesta segunda-feira, 24 de Setembro, por tempo indeterminado.
Há
quase dois meses sem receberem salários, os educadores querem que o Prefeito
Edmilson Fernandes de Amorim (PMDB), que insiste em se reeleger, cumpra imediatamente
o que determina a lei.
O
pagamento dos professores é assegurado pelo Governo Federal, através
do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), que destina 60% dos
recursos exclusivamente para essa finalidade.
De
Agosto
para cá, já entraram R$ 368.744,01, para o pagamento do salário dos educadores,
mas até agora o Prefeito não repassou um só centavo.
Como justificativa para o
atraso, Edmilson Fernandes tem alegado a greve dos bancários e a crise financeira,
que atinge os diversos municípios potiguares, o que não tem convencido, por que nenhuma das duas coisas têm a ver com a retenção dos salários.
Cansados
de tantas justificativas infundadas, na manhã de hoje, por volta das 9h, os professores
liberaram os estudantes, para que retornassem às suas casas. As aulas foram
suspensas nas unidades de ensino da zona rural e da cidade.
Na
Escola Municipal José Inácio de Carvalho, a maior de Antonio Martins, quase 600
alunos foram dispensados e poderão ter o ano letivo prejudicado, mas os
educadores já não viam alternativas para exigirem o cumprimento dos seus direitos.
Em
todo município, 82 professores cruzaram os braços, reivindicando o pagamento
dos salários atrasados. A situação já vinha insustentável, com os constantes
atrasos mensais, mas nunca tanto tempo assim.
Fica
só uma pergunta no ar: se o Governo Federal não atrasa o repasse de recursos para
o pagamento dos professores, onde foi parar esse dinheiro, que até agora não caiu na conta deles?
Nunca
antes se havia registrado uma greve em Antonio Martins. A decisão é inédita em
49 anos de Emancipação Política, isto é, desde que foi elevado à categoria de
município, em 26 de Março de 1963, o que é lamentável.
O QUE PEDEM OS PROFESSORES
Além do salário, a categoria exige o pagamento
equiparado dos meses de Janeiro e Fevereiro, uma vez que o aumento concedido
pelo Prefeito foi dado somente em Março e sem o retroativo.
Os educadores pedem também o retorno do pagamento para
o dia 30 de cada mês ou até o quinto dia útil do mês seguinte, bem como o terço
de férias e a incorporação de títulos, que aumenta em 5% seus salários e que,
de forma desrespeitosa, não vem sendo pago na atual gestão.
Os professores querem a incorporação das Letras,
que foram subtraídas pelo Prefeito Edmilson Fernandes logo depois de ter sido eleito.
A reivindicação é mais do que justa.
Implantado em 2002, durante a gestão do Médico e
Ex-prefeito Dr. Zé Júlio (PSD), candidato a Prefeito de Antonio Martins, o
beneficio é uma forma de reconhecimento à ascensão profissional da categoria.
Para cada dois anos de atividade, os professores
avançavam uma Letra, que equivale a um aumento de 15% sobre seus salários.
Quando deixou o cargo no final de 2008, os professores estavam na Letra “C”.
Ao assumir em janeiro de 2009, o Prefeito Edmilson
Fernandes fez com que todos voltassem a Letra “A”, o que causou uma profunda
revolta na categoria.
No ano passado, depois de muita negociação,
Edmilson Fernandes resolveu conceder a Letra “B” aos educadores, quando na
verdade, este ano, eram para estar sendo promovidos a Letra “E”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário