Antonio Martins: crise na Saúde se aprofunda e deixa população com medo de morrer sem socorro médico

                                                                                                                                                     Fotos: Reprodução

Hospital Maternidade Justino Ferreira: pacientes morrendo sem atendimento

Mergulhado em problemas administrativos, o Prefeito de Antonio Martins, Edmilson Fernandes de Amorim (PMDB), que insiste a todo custo ser candidato a reeleição, vê a situação piorar a cada dia. A Saúde do município está precarizada.

Enquanto faltam médicos nos dois Postos de Saúde da zona rural (Sítios Pintada e Gama), pacientes estão morrendo à porta do Hospital Maternidade Justino Ferreira, por falta de atendimento especializado, isso quando não se vêem obrigados a procurarem os municípios vizinhos.

Conforme informações, na única unidade hospitalar do município, não existem máscaras, receituários especiais (azul e branco), máquina de exames, Raio X, material para prontuário, cartão de controle do hipertenso e vários medicamentos da farmácia básica, além do aparelho de oxigênio, que segundo consta, foi levado do local para encher balões para decoração do comício do Prefeito e até o momento não tinha sido devolvido, o que não foi possível confirmar.

Para complicar ainda mais, em Agosto passado, o Ministério da Saúde suspendeu o convênio de cerca de R$ 42 mil, repassados aos programas Saúde da Família e Saúde Bucal.

Decisão do Ministério da Saúde cancelando convênio com o município

A decisão põe em risco a continuidade dos dois programas sociais mais importantes da área e a manutenção das três equipes de Saúde da Família (Médicos, Enfermeiros e Auxiliares) e as três de Saúde Bucal (Dentistas e Auxiliares).

A medida levou em consideração a existência de irregularidades na gestão e a falta de transparência na aplicação dos recursos. A Auditoria do Ministério da Saúde constatou também a existência de apenas um consultório dentário no município, e, mesmo assim, em situação precária.

Conforme o relatório, o ideal deveria ser de no mínimo dois consultórios, para comportar as três equipes do programa Saúde Bucal, que atendem no Centro Médico de Antonio Martins, mas até a semana passada, a única cadeira de dentista, usada para atender os pacientes, estava com o motor quebrado, arrancada de sua base fixa, jogada ao chão, sem o menor cuidado. 

Fachada do Centro Médico, onde ocorrem os atendimentos odotológicos

Único Consultório Dentário municipal: quebrado até semana passada

Base da cadeira de dentista havia sido deslocada e o motor arrancado

Cadeira usada no atendimento dos pacientes largada ao chão, sem o menor cuidado

Parte do equipamento estava jogado num canto de parede

O consultório não conta com equipamento próprio para fazer a esterilização do material odontológico utilizado pelo dentista, pondo em risco à Saúde dos pacientes. O único Autoclave público existente no município está no Hospital Maternidade Justino Ferreira e é demasiadamente sobrecarregado e não atende por completo as necessidades.

Não é a toa que Antonio Martins é um dos piores municípios do Rio Grande do Norte em termos de assistência à Saúde da população, ocupando o 83º lugar dentre os 167 municípios do Estado, segundo Índice de Desempenho, publicado em março deste ano pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

No final de julho passado, o blog S.O.S. Antonio Martins flagrou camas hospitalares em perfeito estado de conservação amontoadas ao sol num terreno baldio por trás da Prefeitura, sendo a falta de zelo pelo patrimônio público apenas um dos muitos sintomas da crise na Saúde.

Camas hospitalares amontoadas num terreno baldio por trás da Prefeitura

Há denúncias de que o atual Secretário Municipal de Saúde, Aguido Mesquita, que substitui a enfermeira Joelma Joilma, que pediu demissão devido a falta de condições de trabalho, tem feito uso político do cargo para liberar ordens de ultra-som à população, privilegiando eleitores do Prefeito Edmilson Fernandes.

De acordo com o que foi repassado, apenas um dos três auxiliares de dentista, contratados pelo Programa Saúde Bucal, ainda não recebeu seu salário, por supostamente não ser correligionário e não votar nele.

Muitos servidores contratados pediram demissão por não agüentarem a política de perseguição existente no setor, enquanto outros estão com seus vencimentos em atraso, inclusive médicos. As irregularidades são muitas e a insatisfação de quem trabalha na Saúde é generalizada.

Por outro lado, a população também anda apreensiva, com receio de adoecer e não ter a quem recorrer, por conta da precariedade. Sobra ao povo, apenas a opção de rezar e pedir a Deus para não precisar de socorro médico, porque em Antonio Martins, o povo está morrendo à míngua. Esse é o triste panorama de uma administração que caminha para o fim, sem rumo.